segunda-feira, 2 de junho de 2014

Uma semana depois

Vai fazer uma semana que o "combate pela liderança do PS" começou. Desde então tem sido o Partido Socialista a fazer as manchetes dos jornais, o tema de eleição nas redes sociais e, acima de tudo, o balão de oxigénio para o Governo (que já deve estar a equacionar o segundo resgate). O Partido está fracturado, cada militante e simpatizante já tem o seu candidato escolhido e só estamos mesmo à espera do Congresso ou das Primárias. Penso que neste momento dizer que X ou Y é melhor é puro e simplesmente inútil, pois nem se sabe "como e onde" vai ser o dito "combate". António Costa, empurrado pelos militantes e pela ambição, lá se assumiu como o "candidato" ao cargo de SG. António José Seguro, o actual SG e re-eleito o ano passado, diz que não há condições para uma disputa por razões estatutárias e democráticas. 
A posição de Seguro é altamente desconfortável pois passou por três anos muito difíceis do ponto de vista político e social e António Costa sente-se legitimado pelas bases para exigir a disputa. Até aqui tudo certo, em condições normais o congresso seria marcado logo após o desafio ser público. O grande problema é que estão a existir sucessivos adiamentos quanto à decisão final. O Partido Socialista precisa de "clarificação", "união" e "solidariedade partidária" tudo o que não se tem feito nesta semana. Era, a meu ver, do interesse de António José Seguro marcar as eleições o mais depressa possível, não existiria o descontentamento acumulado das bases (por se negar o debate interno) e o próprio António Costa poderia ter problemas em mobilizar a sua estrutura para o combate. Acredito que Seguro não se sentiu confortável com o desafio, devendo até sentir-se "traído" e "magoado" por este desafio surgir no seguimento de uma vitória eleitoral. Contudo, primeiro que todo e qualquer candidato, dirigente, militante está o Partido Socialista e as suas responsabilidades enquanto partido de governo. Tudo isso tem sido prejudicado por esta sucessão de eventos. Este problema a arrastar-se, durante mais tempo, coloca em risco a própria coesão do partido e a confiança dos eleitores. Enquanto militante de base quero um Partido Socialista clarificado e preparado para governar. 
Como é óbvio apoio um candidato, mas mais óbvio é exigir-se o congresso extraordinário. 

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